Estudo - Pagando o preço.

PAGANDO O PREÇO

por Pr. Marcio Sousil

Texto base: I Samuel 18: 1 a 4

Introdução

   Quantos de vocês já participaram de uma brincadeira chamada cabo de guerra? creio eu, que a maioria que está lendo essa lição.

   O que mais tem me chamado a atenção nesta brincadeira, é o empenho que os componentes colocam, para vencerem a prova.  Deve ficar bem claro que esse empenho venha de ambas as partes, os dois lados. Mais somente teremos um lado vencedor.

   No mundo secular existe um ditado que diz: que vença o melhor. Vamos deixar esse ditado de lado e pensar que somente é vencedor o grupo que trabalha formado em equipe e que a equipe obedece somente uma voz de comando.

   Esse é o motivo pelo qual eu desejei utilizar a brincadeira chamada cabo de guerra. Esses dois pontos são fundamentais para o sucesso do grupo: uma boa equipe e uma voz que dá o comando. Poderia se dizer que funciona mais ou menos assim: Pessoal! ao meu comando puxem: um, dois, três e já! puxem, puxem, puxem! Esse é o papel do líder ao direcionar a sua equipe e a equipe obedecer a sua voz.

   Na igreja não é diferente, pois existem pessoas que estão sendo lideradas por um líder. Existe equipe e voz de comando, ovelhas e pastor.

   Devemos estar atentos porque a igreja vive esse cabo de guerra. Este é o motivo pelo qual o apóstolo Paulo, fala à igreja de Éfeso sobre a luta que temos com o diabo e seus anjos.

   A Bíblia fala que um reino dividido não subsistirá (Lc. 11:18). Se os demônios ouvem a voz de comando do seu líder, porque você que é filho da luz não ouvirá a voz do seu pastor.

   Uma igreja que ouve o comando do seu pastor e vive em comunhão e unidade, conseguirá vencer essa prova chamada cabo de guerra. Vamos estudar isso nessa lição?

1 - UNIDADE ENVOLVE DOAÇÃO - v.1

   "Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi, e Jônatas o amou com a sua própria alma"

  Quando lemos a história de Jônatas, entendemos que ele era um guerreiro. Na primeira guerra sobre o comando de seu pai, contra os filisteus, Jônatas com mil homens em Gibeá de Benjamim derrota a guarnição dos filisteus (I Sam. 13, 2 e 3). No capítulo 14, ele vence os filisteus.

   Jônatas tinha tudo para ser o rei que sucederia Saul, pois era valente e tinha carinho do povo e proteção. Porque eu falei a proteção do povo?

   Saul havia feito um voto, dizendo que maldito seria o homem que comer pão antes do anoitecer. E todo o povo se absteve de provar qualquer alimento. Todo o povo chegou a um bosque onde havia um favo de mel no chão, porém ninguém levou do mel à boca para comer, porque o povo temia a maldição proferida pelo rei. Mas Jônatas não tinha ouvido a conjuração do seu pai e com a ponta da vara que tinha na mão, molhou no favo de mel, e levou à boca. Isso foi do conhecimento do rei, pois quando o rei Saul foi consultar ao Senhor, Ele não respondeu porque havia pecado no meio do povo, e quando tiraram a sorte (urim-tumim)  caiu em Saul e Jônatas. Disse Saul: "Lançai a sorte entre eu e Jônatas meu filho. E foi indicado Jônatas" (I Sm. 14:42).

   Jônatas declarou o que havia feito e Saul iria matá-lo, O povo o salvou da morte, porque Jônatas havia efetuado tamanha salvação em Israel (I Sm. 14:45).

   Os pré-requisitos com o povo para futuramente assumir a cadeira do seu pai, podemos dizer que ele tinha, e podemos ir mais longe e dizer que também com Deus, por causa das características dadas na Bíblia sobre o jovem Jônatas.

   O texto diz que a alma de Jônatas se ligou com a de Davi. O verbo hebraico "niqsherah", que expressa que a alma de Jônatas aglutinou com a de Davi, colou, grudou, uniu.

   Quando falamos de igreja, entendemos que o sentimento que estava em Jônatas é o mesmo que deve estar em nós também. Jônatas não pensou em seu futuro reinado, mais entendeu que a unção, a autoridade e a voz de comando estava sobre o jovem e então amigo Davi (I Sm. 16:13).

    Você tem pensado como Jônatas pensou? o que é mais importante para você? o seu reinado (o que eu acho, o que eu sou, o que eu penso), ou você está preocupado em viver na unidade? lembre-se viver a unidade é viver dois fatores essenciais, equipe e voz de comando.

   A alma de Jônatas só colou com a do jovem Davi, porque Jônatas estava entendendo que viver a unidade é viver a doação.

   Meu irmão você está pronto para isso? porque o texto deixa claro que Jônatas estava abrindo mão do seu reinado. Quantas vezes precisamos entender isso. Jônatas estava dizendo que a partir daquele momento a sua voz de comando seria Davi. O texto diz que Jônatas amou Davi como sua própria alma.

   Onde existe amor, existe confiança. Jônatas com certeza já havia ouvido falar de Davi, penso eu assim, mais ouvir falar não é conhecer. Então podemos entender que houve confiança devido o apegar das almas (aglutinação).

   O texto diz que nesse 1º contato há 2 coisas fatais ou fundamentais:

1º- Pensamentos unificados em uma só direção.
2º - Amor (o interesse de Jônatas é o mesmo de Davi. O interesse de Davi é o mesmo de Jônatas).

   Paulo escrevendo à igreja de Corinto ele diz: que o amor não suspeita mal (I Cor,13.5)

  Quando queremos viver verdadeiramente a unidade, vivemos o amor sacrificial (Àgape)

   Meu irmão esteja preparado para entregar o seu querer, pensar, agir a voz de comando do seu pastor, porque é esta a unidade que envolve doação.


2 - A UNIDADE ENVOLVE ALIANÇA - v. 3

   "Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como sua própria alma"

   A Bíblia traz inúmeras alianças que foram feitas, tanto no antigo testamento, como no novo testamento.

   No antigo testamento, vemos a aliança de Deus com Noé (Gn.9), a aliança de Deus com Abrão (Gn.12) e outras mais. No novo testamento Jesus Cristo e seus 12 discípulos (Mt.10). A maior aliança que temos, está no plano redentivo de Deus, dando o seu Filho para morrer por nós (João 3:16). 

   No antigo testamento se tinha o costume de selar uma aliança com sal. Aliança de sal era costume oriental mencionado em Lv. 2;13, Nm. 18:19. A cerimônia consistia em comer sal como penhor de um pacto ou uma aliança. Era a garantia de uma amizade perpétua, simbolizada pela qualidade do sal, como preservador contra a corrupção. Esta aliança, portanto, não podia ser quebrada. Sal significava um pacto incorrupto, que não se podia violar (inviolável e indissolúvel) II Cr. 13.5.

   A unidade de Jônatas e Davi estava calcificada em cima de uma aliança, inviolável, indissolúvel. Para os povos do oriente uma aliança é algo muito sério, expressa o que nós aqui chamamos de comprimento da palavra (Gn 50.25).

   José faz o povo jurar que eles transportariam seus ossos do Egito. Quando Moisés saiu com o povo do Egito levou também consigo os ossos de José (Ex. 13:19). E Josué no seu livro relata que a aliança foi concretizada depois de mais ou menos 80 anos (Js. 24:32).